terça-feira, 29 de abril de 2014

Quem perdeu um bebé como vai passar o dia da mãe?

A associação Artemis no dia da mãe está a organizar um lançamento de balões em vários pontos do país.
Em Lisboa será em Belém. Vejam no facebook os locais e como podem inscrever-se.
Como eles dizem e bem 'Como vai passar o dia da mãe? A abraçar o seu filho? As mães de anjos nunca o poderam fazer.'

segunda-feira, 28 de abril de 2014

A maior perda da minha vida

Hoje faz um ano...
Quem nunca passou por isto ou até já fez um aborto não entende as minhas palavras e até critica. Mas não é para elas que eu escrevo.
Escrevo para vocês que como eu têm desejo de serem mães, escrevo para vocês que como eu já perderam um filho, escrevo para vocês que como eu não conseguiram mais engravidar, escrevo para os casais que vejo na PMA da MAC, escrevo para os 500 mil casais que estão a passar pelo mesmo que eu e o meu marido.
Aqueles que nos entendem, que choram como nós, sorriam pelas mesmas vitórias que nós, aqueles que sabem o que é viver todos os dias afundados em ansiedade.
Há situações na vida de uma pessoa que só quem está a passar ou já passou pela mesma situação é que consegue compreender.
Como posso eu esperar colo de uma pessoa que já fez 5 abortos?
Como posso eu esperar colo de uma pessoa que engravidou por acidente?
Como posso eu esperar colo de alguém que nunca desejou ter filhos?
É impossível…
Há um ano atrás o meu mundo desabou sem eu ter alguém querido ao meu lado pelo menos para me dar a mão.
Perdi uma parte de mim. Digam o que disseram era meu filho. Quero lá saber se dizem que eram só células e que não era um bebe. Era o meu FILHO. O meu primeiro filho. Estava vivo e a crescer no sitio errado.
Depois da cirurgia só caí em mim quando fiquei sozinha e desde esse dia que posso garantir-vos que nunca mais fui a mesma pessoa.
A minha vida continua ou falta-me qualquer coisa. Eu perdi o brilho nos olhos, o sorriso nos lábios e a alegria de viver, de curtir os primeiros meses de casamento, de sair, de estar com os meus amigos, de almoçar com a minha família.
É um a dor que nunca vai passar, que vai mudando ao longo do tempo, mas que nunca doi menos.

Passaram 12 meses e eu continuo à espera.

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Um ano depois

E já passou um ano.
Não vos sei dizer se passou depressa ou devagar. Simplesmente os dias foram passando por mim.
No dia 20 de Abril fez um ano que tive o meu positivo. Nunca pensei que um ano depois continuasse sem conseguir engravidar. É muito doloroso.
Achei que nesse dia me ia sentir de rastos mas graças a Deus tive um dia normal. Pensei muito no assunto mas como penso todos os dias, não senti diferenças.
Estamos neste momento à espera da 3ª consulta na MAC onde vamos saber o resultado do espermograma e o diagnóstico.
Se por um lado, acredito que se conseguimos uma vez é porque o meu marido não tem qualquer problema, por outro penso que só pode ser dele o problema visto que comigo está tudo mais que bem.
Resta-nos esperar pela consulta que será no mês de Maio mas não sabemos ainda o dia.

Beijinhos a todas

terça-feira, 1 de abril de 2014

Como o tempo..

Estou desmoralizada, triste e cansada.

Quando a temperatura desce é assim que me sinto. Vou ter de deixar de apontar a temperatura todos os dias, desgasta-me demais.
Eu andava bem e tranquila e não quero voltar aos tempos do passado. Tempos esses em que chorava sem querer, em que nunca tinha um sorriso na cara. Isso acabou e não vai voltar, porque eu não quero.
O facto de se estar a aproximar a data em que engravidei e perdi o meu primeiro, e único até hoje,  está a mexer comigo de uma maneira que eu não estava à espera. Já me está a doer e ainda faltam 19 dias.
Nesse dia, será dia de Páscoa, e só me apetece ficar na cama a chorar o dia inteiro. Mas é Páscoa.. O que é que eu vou dizer à minha família? Que não vou porquê?
Digo-lhes que vou ficar a chorar o bebé que teve na minha barriga 3 semanas? Que para eles é como se não tivesse existido? Mas para mim foi a melhor coisa que me aconteceu na vida. Foi uma coisa que jamais esquecei, foi o dia em que me senti a mulher mais mulher do mundo, em que senti que a minha vida fazia mais sentido que nunca, foram os dias em que o meu marido chegava a casa e me dava um beijo na barriga.
Eles não entendem e nunca vão entender. Todos falam nas minhas costas que estou a dar em maluca, que estou obcecada com o tema da gravidez, que isto são problemas da minha cabeça, que não temos problema nenhum. Que esta, aquela e a outra quando deixaram de pensar em engravidar, engravidaram automaticamente. Todos me criticam e poucos me apoiam.


Estou triste..